Land Soul Terrunho Alvarinho 2017

Em algumas circunstâncias, não se pode falar de um vinho sem se falar do homem que o fez. O José Domingues tem um passado muito relevante na região dos Vinhos Verdes, em particular na sub-região de Monção/Melgaço, tendo feito nascer muitos Alvarinhos (e não só) ao longo dos anos; a Quinta de Santiago é apenas um dos exemplos mais conhecidos. Uns comparsas disseram-me que ele tem um feitio tramado (o que ajuda porque a determinação às vezes é confundida com teimosia), mas esses comparsas (olá Vítor e Manel!) não podem falar muito…

Decidiu, com o empurrão (disseram-me) de alguns amigos e talvez comparsas, a criar a sua interpretação do Alvarinho que é tudo menos o Alvarinho tradicional. Tive a oportunidade de provar este Land Soul Terrunho Alvarinho várias vezes e surpreendo-me de todas as vezes. A vinha é uma parcela no cimo de uma encosta (como diz o Zé, parece a parte de cima de uma cabeça) em Monção.

O nariz é mineral acima de tudo, com aromas vegetais e citrinos, o que não é propriamente o cabaz dos aromas tropicais e florais de um Alvarinho. Tem uma acidez impressionante, e tenho a certeza que ganhava o combate com um bacalhau na brasa com a excelente acidez, untuosidade. É bastante encorpado, mas posso garantir que a solo também escorrega muito bem, e estou a contar os minutos para a próxima. Tenho a certeza que nasceu uma nova referência da região, queira o Zé prosseguir este projecto.

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