Sim, eu sei, a cor. Para começar, curtimenta é uma técnica utilizada antigamente, em que a fermentação do vinho é realizada em contacto com as uvas (ou o que sobra delas, depois de serem espezinhadas sem dó nem piedade), o que acaba por se materializar numa cor mais carregada que também é fruto de uma ligeira oxidação (que neste caso é positivo, ok?).
No nariz sentem-se aromas citrinos, alguns florais, alguma fruta (pêssego e pêra) e um toque final que me parece chá (o que quer dizer que se pode beber até quando estamos doentes). Na boca sente-se a mineralidade e a frescura, acompanhados com um perfil seco, taninos bem presentes, e temos de esperar até ao minuto 92 até acabar a persistência (eu sei, eu sou mauzinho).
É um enorme branco que vem a calhar para o bacalhau do Natal, desta casa que tem sido distinguida sucessivamente. Parabéns ao Paulo Nunes que encabeça uma equipa que tem tido sucessos muito para além do minuto 92, e ao Dão que vê vários projectos a crescer e florescer.