A família Serrano Mira abre os portões da Casa da Tapada – propriedade vinhateira, com tamanho significado histórico e cultural, que adquiriram, em 2018, na região dos Vinhos Verdes, mais propriamente na freguesia de São Miguel de Fiscal, em Amares, distrito de Braga – para receber os participantes e dar o toque de partida da 4.ª edição do ‘Amares Trail’, organizado pela Urbanfit Race. Nota para o facto de a prova, agendada para Domingo, dia 24 de Novembro, contar com a participação activa de Carlos Serrano Mira. O co-proprietário da Casa da Tapada vai dar o mote da partida, ao tocar o sino da capela, e integrar a comitiva como desportista.
Depois da partida, em frente à capela e junto ao solar da Casa da Tapada, a prova segue por entre a extensa mata centenária da Casa da Tapada. Os mais de 700 participantes vão percorrer cerca de um quilómetro dos 24 hectares de propriedade, num enquadramento de rara beleza em plena bacia hidrográfica do rio Cávado, sub-região da região demarcada dos Vinhos Verdes, onde as folhas das vinhas em socalcos, a ocupar doze hectares do terreno, preenchem de dourados e castanhos a paisagem em redor.
De relembrar que o solar da Casa da Tapada foi erguido, no século XVI, pelo ilustre poeta e humanista Francisco Sá de Miranda, responsável pela introdução do movimento literário renascentista no nosso país. É em frente à sua estátua, erguida na Praça do Comércio, em Amares, que termina o ‘Amares Trail’. É precisamente pelo peso que Francisco Sá de Miranda tem na comunidade e pela nova dinâmica na produção de referências DOC Vinho Verde na Casa da Tapada, que Miguel Ribeiro, um dos membros da organização da prova, determinou, em conjunto com Carlos e Luís Serrano Mira, iniciar o ‘Amares Trail 2019’ nesta emblemática propriedade.
Além de São Miguel de Fiscal, a prova “passa” por outras freguesias do concelho de Amares. À semelhança dos anos anteriores, o Amares Trail divide-se em duas etapas: de 25 e de 15 quilómetros. Inclui ainda a chamada “super-especial”, de 1,5 quilómetros, a decorrer no Monte de São Pedro Fins, nas montanhas de Caires e Caldelas, no concelho de Amares.
A prova coincide com uma mostra gastronómica em torno das famosas papas de sarrabulho. É caso para dizer que cultura, desporto, vinho e gastronomia podem caminhar de mãos dadas.
Sobre a Casa da Tapada nas mãos da família Serrano Mira:
O Alentejo é o berço da família Serrano Mira, herdeira de 13 gerações a produzir vinho na região (desde 1667) e onde possuem 350 hectares de vinha própria, na Herdade das Servas, propriedade vitivinícola situada a poucos quilómetros de Estremoz. A Casa da Tapada é um investimento que remonta a 2018, ano em que produziram a primeira colheita de vinhos com cunho próprio. Seguiu-se a deste ano, que, a passos largos, chegará no mercado. A Casa da Tapada possui 24 hectares de área total, estando distribuídos pelos doze hectares de vinha; dez de mata centenária, com um surpreendente e diversificado património botânico; e os restantes dois em área de construção. Com onze quartos, possui a casa principal, erguida em 1540 (sec. XVI) e reedificada por duas vezes, uma no século XVII e a outra no século XIX. Tem ainda a chamada ‘Casa da Eira’, com 4 quartos: a capela de Nossa Senhora da Guia; a loja de vinhos e toda a zona da adega. O imponente solar da Casa da Tapada foi erguido em 1540 (séc. XVI) pelo poeta e conhecido humanista Francisco de Sá de Miranda – responsável pela introdução do movimento literário renascentista no nosso país –, que ali se instalou e começou a produzir vinho. Foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1977. Um valor histórico-cultural que pesou no investimento feito pela família Serrano Mira, que está já a apostar na melhoria das condições da propriedade e no enoturismo. Em primeiro plano está a vinha. Impõe-se a reformulação de parte do vinhedo, com a replantação das castas brancas autóctones da região – Alvarinho e Loureiro – e a plantação de Pedernã – designação oficial para Arinto nos Vinhos Verdes.