O meticuloso trabalho efectuado nos vinhedos da Quinta do Pôpa está a dar frutos! Desta vez, os irmãos Stéphane e Vanessa Ferreira, aka Netos do Pôpa, lançam uma nova referência: um tinto 100% feito a partir de Touriga Franca (*), a casta autóctone mais plantada no Douro, a ocupar cerca de um quinto do encepamento total da região.
O ‘Pôpa TF’ vem juntar-se aos ‘Pôpa VV’ (Vinhas Velhas), ‘Pôpa TN (Touriga Nacional) e ‘Pôpa TR’ (Tinta Roriz), todos eles “vinhos de parcela”. Um vinho que se estreia na colheita de 2016, com uvas provenientes de uma parcela de vinha plantada em 2003, em solo xistoso e exposição norte, a uma altitude de 80 e 110 metros, na encosta da propriedade duriense, localizada junto à EN 222, em Adorigo, no concelho de Tabuaço.
O ‘Pôpa TF tinto 2016’ é um tinto vermelho rubi. No aroma revela-se a concentração na fruta madura preta, como cereja e a ameixa, e um leve toque de flores de bosque e fruta silvestre, como framboesa e mirtilo. Já no palato, mostra uma consistência e expressividade dos taninos e da acidez, desde a entrada até ao final de boca; no centro de boca é concentrado e com boa estrutura. O final é marcado pela presença de taninos suaves e redondos, dando-lhe longevidade.
Desde 2013, com a chegada do enólogo João Menezes à Quinta do Pôpa, a família tem apostado numa análise mais minuciosa da vinha, reflectida na microvinificação de castas, provenientes de parcelas identificadas como “prodígio”. Um trabalho que permitiu destacar a Touriga Franca em questão, fazendo-a “saltar da vinha para o copo”, em jeito de monocasta.
Depois da vindima manual, a uva foi desengaçada e submetida a pisa a pé, em lagar. Aqui ocorreu a fermentação alcoólica na totalidade, com controlo das diferentes fases da temperatura. A fermentação maloláctica ocorreu, por sua vez, em barricas usadas de 225 litros. Seguiu-se o estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês.
(*) Touriga Franca
Nota para o facto de a Touriga Franca existir devido à perseverança humana, na busca de soluções para a devastadora praga da filoxera: é um híbrido que resulta do cruzamento do pólen masculino da Touriga Nacional com o gineceu feminino da Mourisco. Foi chamada Touriga Francesa durante largas décadas e no final do séc. XX passou a Touriga Franca, para que a sua origem não fosse erradamente relacionada com França. Tem uma característica peculiar: em uva não sabe a nada e em vinho sabe a tudo!