Archive For The “vinho” Category

Quinta da Falorca Garrafeira 2007

Quinta da Falorca Garrafeira 2007

É evidente que mais algum tempo de garrafa faria este vinho crescer (mais), mas não fiquei desapontado com o resultado. Depois de lhe dar algum tempo para respirar, o nariz de fruta silvestre fez-se sentir com muita expressão, bem como alguns apontamentos de floresta.

Há ainda muita frescura que acompanha o perfil elegante, seco e encorpado, a pedir companhia à mesa; a pimenta preta e o cacau aparecem nos primeiros minutos.

Os taninos gritam “presente” mas estão muito afinados, e no final da garrafa fiquei com muita pena de ser a última, embora não fosse minha.

Já aí anda o 2011… e, actualizando com informação vinda directamente do produtor: depois do 2007 veio o 2009, 2011 e o 2015 está à porta (também em magnum)!

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Alvarinho Deu-la-Deu 2018

Alvarinho Deu-la-Deu 2018

Aproximam-se a passos largos os dias mais longos e quentes e as refeições mais ligeiras. Desengane-se quem pensa que este Deu-la-Deu é um vinho exclusivamente para beber quando está calor e de preferência 2 a 3 meses depois de se comprar.

Este clássico tem as características que conhecemos no Alvarinho: cor citrina, aromas tropicais e florais e é acompanhado de uma boa frescura. Já tive oportunidade de provar algumas garrafas com 3 ou 4 anos de idade, e o tempo faz-lhe bem: deixa cair os aromas florais e aparece a fruta branca madura. Por agora, acompanhou sem medo um frango assado condimentado com um tal de sacana de Moçambique e não ficou nada envergonhado. Um clássico a ter sempre à mão, e que ainda por cima tem uma relação qualidade preço excelente.

Se encontrarem garrafas com mais alguns anos, não tenham medo de as comprar. Já agora, consultem uma referência para a origem do nome Deu-la-Deu que vem do Século XIV, na época das Guerras Fernandinas; assim até vai parecer que são cultos quando contarem isto aos amigos que aparecem para jantar.

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Terrunho Alvarinho 2017

Terrunho Alvarinho 2017

Em algumas circunstâncias, não se pode falar de um vinho sem se falar do homem que o fez. O José Domingues tem um passado muito relevante na região dos Vinhos Verdes, em particular na sub-região de Monção/Melgaço, tendo feito nascer muitos Alvarinhos (e não só) ao longo dos anos; a Quinta de Santiago é apenas um dos exemplos mais conhecidos. Uns comparsas disseram-me que ele tem um feitio tramado (o que ajuda porque a determinação às vezes é confundida com teimosia), mas esses comparsas (olá Vítor e Manel!) não podem falar muito…

Decidiu, com o empurrão (disseram-me) de alguns amigos e talvez comparsas, a criar a sua interpretação do Alvarinho que é tudo menos o Alvarinho tradicional. Tive a oportunidade de provar este Land Soul Terrunho Alvarinho várias vezes e surpreendo-me de todas as vezes. A vinha é uma parcela no cimo de uma encosta (como diz o Zé, parece a parte de cima de uma cabeça) em Monção.

O nariz é mineral acima de tudo, com aromas vegetais e citrinos, o que não é propriamente o cabaz dos aromas tropicais e florais de um Alvarinho. Tem uma acidez impressionante, e tenho a certeza que ganhava o combate com um … Ler mais

Casa da Passarela o Fugitivo Curtimenta

Casa da Passarela o Fugitivo Curtimenta

Sim, eu sei, a cor. Para começar, curtimenta é uma técnica utilizada antigamente, em que a fermentação do vinho é realizada em contacto com as uvas (ou o que sobra delas, depois de serem espezinhadas sem dó nem piedade), o que acaba por se materializar numa cor mais carregada que também é fruto de uma ligeira oxidação (que neste caso é positivo, ok?).

No nariz sentem-se aromas citrinos, alguns florais, alguma fruta (pêssego e pêra) e um toque final que me parece chá (o que quer dizer que se pode beber até quando estamos doentes). Na boca sente-se a mineralidade e a frescura, acompanhados com um perfil seco, taninos bem presentes, e temos de esperar até ao minuto 92 até acabar a persistência (eu sei, eu sou mauzinho).

É um enorme branco que vem a calhar para o bacalhau do Natal, desta casa que tem sido distinguida sucessivamente. Parabéns ao Paulo Nunes que encabeça uma equipa que tem tido sucessos muito para além do minuto 92, e ao Dão que vê vários projectos a crescer e florescer.

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Espumante Caves S. João Reserva 2015

Espumante Caves S. João Reserva 2015

Este espumante tornou-se muito regular na minha mesa (e em outras onde me sento) nos últimos meses; talvez se verifique alguma relação com o facto de atacar leitão com cada vez mais frequência.

O nariz está vincado com citrinos, ananás e uns quantos aromas florais se for servido à temperatura adequada (vi pessoas tristes depois de uma hora de spinning, a morrer de sede, com uma garrafa completamente congelada à frente). A mousse é suave; se o mix de castas for como o irmão mais velho, é o Arinto que lhe dá a frescura, a Maria Gomes (a conhecida Fernão Pires) os aromas florais e o Bical (também conhecida como Borrado das Moscas) dá-lhe a estrutura. Diria o bom senso que deveria acompanhar peixe ou carnes brancas, mas se porventura se encontrarem numa circunstância em que necessitam urgentemente de hidratação depois de exercício físico intenso… não há nada a temer.

 

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Leiras Mancas 2009

Leiras Mancas 2009

A prova de que no reino do Verde Branco há lugar para mais do que apenas Alvarinho! Estamos em 2018, e este Leiras Mancas de 2009 (!) está equilibrado, o nariz de fruta branca madura (pêra, maçã) e toques cítricos; é fresco na boca mas é preciso não o beber frio demais.

É fresco e tem um bom volume de boca; a boca tem evolução muito agradável, que já conhecia de uma irmã destas de 1987! Não tenho dúvidas que ele desce bem sozinho, mas o ideal será fazê-lo acompanhar por carnes brancas.

Procure-se em Amarante, na Casa de Cello, que tem várias outras referências interessantes (por exemplo Quinta de SanJoanne).

 

 

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São Domingos Velha Reserva Bruto 2012

São Domingos Velha Reserva Bruto 2012

Há ocasiões para tudo, mas é igualmente verdade que há espumantes que se adaptam a todas as circunstâncias (excepto talvez a um balneário com excesso de ocupantes, cinturadas e socos à mistura). O Velha Reserva (porque estagia pelo menos 48 meses em cave) é um desses exemplares: tem frescura suficiente para poder ser degustado a solo, tem a complexidade para acompanhar umas fatias de queijo ou um frango com arroz de tomate.

Para os que gostam de sobremesas, os doces à base de ovos acompanham perfeitamente (para os gulosos que mandam abaixo 500 gramas de pão de ló de Raiva e outros), mas é importante garantir que está fresco. O nariz de biscoito ajuda a perceber que está aqui um animal complexo. Uma referência que testei à mesa, no balneário e até durante alguns episódios de spinning para ajudar a hidratar.

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Periquita Superyor 2008

Periquita Superyor 2008

Apimentado, fruta silveste, vegetal e balsâmico. Poderia parecer que estou a descrever um cozinhado, mas são as características que se destacam neste enorme vinho feito quase exclusivamente de Castelão (estão lá o Cabernet Sauvignon e a Tinta Francisca mas em pequenas quantidades).

Ainda que os taninos estejam presentes a madeira está muito bem integrada, é um vinho muito elegante, com um nariz muito intenso e na boca quase apetece mastigar. Deve-se saborear acompanhado de carne.

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São Domingos Elpídio

São Domingos Elpídio

Esta casa habitua-nos a não saber fazer mal, e este espumante é um bom exemplo. A mistura de Arinto e Chardonnay dá-nos um perfil bastante fresco da primeira e os aromas cítricos da segunda embora lá esteja também a maçã verde e a pêra.

As bolhas são bastante cremosas e este bebe-se muito bem a solo (perigo!), mas com marisco ou peixinho também escorrega que eu experimentei. Como aqui também temos glamour e cultura, fiquem a saber que o nome é uma homenagem ao fundador da casa (Elpídio Semedo).

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Quinta do Poço do Lobo Baga@Bairrada 2014

Quinta do Poço do Lobo Baga@Bairrada 2014

Nada como começar 2018 com um bom exemplar da iniciativa Baga@Bairrada, porque há que privilegiar os produtos nacionais e nem tudo foram rosas na passagem de ano.

A Baga dá-lhe complexidade e persistência que casam muito bem com a frescura, com perfil seco que nem é dos meus preferidos mas acaba por estar muito equilibrado. É extremamente perigoso de tão facilmente se deixa beber…

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Vértice Millésime

Vértice Millésime

Quinta-feira à noite, véspera de feriado. Portátil no colo, trabalho em atraso, depois de um jantar rápido. Bolhas que podem acompanhar um prato leve mas que escorregam mesmo a solo. Nariz de pão torrado e ligeiro toque vegetal, bolha muito afinada (para mim é um detalhe muito importante nos espumantes), frescura no ponto certo e muito boa persistência.

Confesso que está no limite do bebível a solo em oposição ao acompanhamento com sólidos, ainda muito – mesmo muito – agradável numa véspera de feriado. Não é da minha região preferida para bolhas (a Bairrada, pois claro), mas é um excelente exemplar das nossas bolhas de qualidade que fazem frente a muitas bolhas com pédigree de outra nacionalidade.

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Murganheira Velha Reserva 2002

Murganheira Velha Reserva 2002

Mais um episódio de bolhas, desta vez de Távora-Varosa, e ainda por cima de um ano que não é comum encontrar-se (excepto se tivermos amigos com uma garrafeira recheada de coisas boas – foi o caso). Esta Velha Reserva é uma das minhas (várias) fontes de bolhas habituais, embora de anos mais recentes, e é precisamente este patamar de complexidade que mais me agrada.

Este 2002 (sim, espumante de 2002, aberto quase no final de 2017) ainda tem frescura, o nariz já tem notas de pão torrado e caramelo e deixa-se ficar na boca durante muito tempo. Surpreendentemente (ou não!), a mousse está no ponto, e embora pareça um sacrilégio, equilibrou uma francesinha sem desaparecer na boca.

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